Cuidando da entorse no tornozelo!

14 de junho de 2017 por Randal Vacchi

A Entorse no tornozelo é uma das lesões mais comuns no esporte profissional e amador, ela fatalmente deixa o atleta longe das quadras por um bom tempo.
Os tenistas – obviamente – não estão livres desse acometimento que pode ser classificado em primeiro, segundo e terceiro grau conforme a gravidade e comprometimento das estruturas ligamentares envolvidas.

Com um tratamento bem planejado, uma disponibilidade diária para as atividades reabilitativas e principalmente muita disciplina, um tenista pode se recuperar de uma entorse em um período de sete a dez dias, levando em consideração a individualidade biológica de cada ser humano em responder aos estímulos do tratamento.
Todo jogador deve ter em mente que iniciar o tratamento precocemente é crucial para um retorno rápido aos treinos e competições, mas também é muito importante que sejam respeitadas todas as fases de recuperação fisiológica do corpo.
Após a ocorrência de uma entorse, o primeiro sinal notável é um inchaço, que vem seguido de perda de força e estabilidade articular.
Por isso para você 10 dicas que irã te ajudar a lidar com essa lesão e facilitar a volta à quadra!

Reabilitação Passo a Passo

Primeiro, Segundo e Terceiro dia.

  • Exames Complementares
    Mesmo sendo diagnosticada como uma entorse leve ou moderada (1º ou 2º grau) é altamente recomendável que o atleta procure um médico ortopedista para realizar exames complementares (radiografia). Eles permitirão constatar a presença de algum tipo de fratura ou acometimento de outras estruturas. Tendo sido descartada a hipótese de fraturas o atleta pode seguir para o próximo passo.
  • Gelo
    A primeira ação a tomar após uma entorse de tornozelo é a aplicação de gelo. De preferência coloque o pé em imersão em um balde de gelo (3 x 10 minutos). A sua propriedade anti-inflamatória é extremamente importante no controle da redução do inchaço.
  • Compressão Imediatamente
    Após a aplicação do gelo, realize uma bandagem compressiva e mantenha os pés em elevação (em relação ao nível do quadril). Pode-se usar uma bandagem elástica, mas o recomendável é uma funcional em “sports tape” ou esparadrapo para garantir imobilização da articulação lesionada em posição neutra.
  • Bandagem Funcional e Repouso
    Esse procedimento deve ser feito até que o processo inflamatório esteja eliminado. A bandagem funcional neutraliza as articulações do tornozelo facilitando o retorno venoso.

Quarto e Quinto dia.

  • Massagem
    Ao quarto dia já é possível iniciar a aplicação de massagens suaves com a finalidade de drenar o líquido remanescente ao redor da estrutura acometida.
    Essas massagens devem ser feitas várias vezes ao longo do dia, sempre próximas ao período de descanso. Exercícios de bombeamento (flexão-extensão do tornozelo) também são bastante recomendáveis nessa fase da recuperação.
  • Massagens e mobilizações mais profundas
    Por volta do quinto dia já será possível realizar massagens mais profundas para remodelação articular e liberação miofascial. A mobilização articular para os membros inferiores ajudam a recuperar a amplitude de movimento.

Sexto e Sétimo dia.

  • Fortalecimento Muscular
    É bastante provável que no sexto dia a amplitude de movimento já esteja recuperada. Por isso nessa fase deve-se dar ênfase ao fortalecimento muscular de todo o membro inferior. Exercícios com tubo elástico de resistência são ferramentas úteis para completar essa fase. Iniciar o tratamento precocemente é crucial para um retorno rápido às quadras, mas também é muito importante que sejam respeitadas todas as fases de recuperação fisiológica do corpo.
  • Banhos de Contraste
    Esta técnica deve ser realizada através de imersão em balde de água com gelo e em balde de água quente, durante 20 minutos consecutivos.
  • Agilidade e Estabilidade articular (propriocepção)
    Após a recuperação da força nos movimentos do tornozelo, pode-se iniciar os treinamentos de estabilidade articular (propriocepção), equilíbrio, agilidade corporal e coordenação motora desportiva. Exercícios básicos que ajudam a completar essa fase são indispensáveis como por exemplo: a passagem de bola (com os pés e com as mãos), plataformas instáveis (macias e duras), saltos bipodais, saltos unipodais, corridas leves (em pisos variados) evoluindo aos poucos para atividades mais movimentadas.
  • Retorno ao Esporte
    Quando o atleta consegue efetuar todas as tarefas indicadas sem dificuldades e sem incômodos, poderá reiniciar a atividade desportiva suavemente.
    É extremamente importante que após um episódio de entorse de tornozelo, todos os treinos mais intensos e jogos competitivos sejam feitos com uma bandagem funcional.

Vale lembrar que essas dicas abordam passos úteis e básicos para tratamento de entorses de primeiro e segundo grau (distensão ligamentar).

É importante ressaltar que esses passos NÃO substituem o tratamento feito por um especialista, portanto devem ser acompanhadas por um fisioterapeuta com habilidades em traumatologia e ortopedia aplicada ao esporte.

Mantenha a disciplina na sua recuperação e acredite que o trabalho duro compensa no fim!

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